Você já se perguntou por que não consegue parar de comer? Existe uma substância que é responsável pela saciedade, ela se chama serotonina, e é um neuro transmissor responsável pela percepção do prazer e pelo relaxamento. Em outras palavras, ela é a substância que controla parte do nosso humor e fome e que está diretamente relacionada à obesidade (excesso de peso).
Quando comemos compulsivamente (em especial açúcares e massas), a quantidade de serotonina em nosso cérebro está baixa. Existem diversos fatores que podem causar uma diminuição na produção de serotonina, como o luto, separações, desemprego, ociosidade, predisposição genética, parar de fumar, entre outros…
A combinação de um cérebro que é geneticamente predisposto a produzir pouca serotonina com algum destes fatores já citados pode facilmente causar compulsão alimentar; é por isso que, às vezes, quando estamos desempregados ou em um emprego ruim, ou com um problema emocional, comemos mais do que precisamos. A própria obesidade, além de ocasionar stress ao nosso corpo, consome a nossa serotonina por causar angústia e desconforto ao seu portador. Acontece que os alimentos mais ricos em serotonina também são muito calóricos.
O álcool também tem um papel importante nisso tudo, afinal ele simula parcialmente o efeito da serotonina no cérebro, mas aumenta tanto sua captação que só anima por pouco tempo, e em pouco mais de 40 minutos de ingestão o efeito do álcool é depressivo e consome toda a serotonina que estava armazenada no cérebro. A associação do alcoolismo com a obesidade gera diversas patologias que põem em risco a vida do indivíduo, tais como: diabetes, cirrose hepática, doenças cardiovasculares e Parkinson. Existem diversos estudos associando o mal de Parkinson à baixa de serotonina e dopamina no cérebro.
Uma alimentação rica em serotonina e pobre em calorias é possível, mas é preciso um profissional sério para elaborá-la pois ela deve ser baseada na sua produção natural, somada à que será absorvida pela alimentação e exercícios; mais aquela presente nos medicamentos; subtraída do consumo que seu corpo terá para realizar tudo o que for solicitado. Dá pra ver porque é tão difícil e raro ver pessoas fazendo isso corretamente. Prescrever uma dieta é coisa séria, não basta calcular calorias, é preciso levar em conta todo o quadro clínico do paciente.
É importante lembrar que alguns alimentos ricos em serotonina também são muito calóricos e vêm associados a gorduras e açúcar, uma combinação viciante. O ciclo que se forma é muito perigoso: comemos para passar a ansiedade e ficamos ansiosos com o peso excessivo!
Sair deste ciclo vicioso não é fácil, mas é possível, seguindo algumas orientações:
1) Iniciar uma atividade física leve: por exemplo uma caminhada ao ar livre, ou yoga, ou pilates. Aulas de biodança ou dança para iniciantes também são perfeitas. Mas é preciso entender que para produzir serotonina a atividade tem que ser bem diversa, nunca repetitiva. Caminhar na esteira não resolve porque a pisada é sempre da mesma forma e no mesmo lugar, então ao invés de produzir serotonina, gasta. Além disso, se você está acima do peso não deve impor ao corpo grandes esforços.
2) Passar 5 dias à base de uma dieta desintoxicante constituída apenas de alimentos crus, mas ricos em serotonina pode ajudar muito tanto a melhorar o humor, como a desinchar e perder peso. Veja esta sugestão: frutas e sucos (sem adição de açúcar), mel, legumes, verduras, queijos e iogurtes podem compor diversas refeições ao dia oferecendo vários nutrientes e muita serotonina. A “comida viva” ajuda a desintoxicar e a romper o vício por gordura e açúcar.
3) Evitar alimentos industrializados e em conserva e diminuir a ingestão de café e outras substâncias estimulantes. Mas atenção! Parar bruscamente velhos hábitos pode prejudicar a saúde! Às vezes para pararmos o cigarro é necessário acompanhamento médico para não provocar uma nova doença!
Enfim, é claro que a reposição com vitaminas, minerais e aminoácidos ajudam a aumentar a produção de serotonina! A reposição com 5HTP (precursor direto da serotonina), seja por via oral ou injetável é muito importante às pessoas que apresentam maior resistência ao tratamento, mas só deve ser feito por médico, pois é uma substância com ação no sistema nervoso central que interfere física e psicologicamente no indivíduo.
Do ponto de vista ortomolecular, consideramos perigoso substituir serotonina por um antidepressivo para tratar uma doença que tem diversos fatores desencadeantes. A inibição da recaptação da serotonina ajuda, mas também mascara o problema.
Para tratar uma doença precisamos conhecer a origem dela e não apenas corrigir seus sintomas.
Foto: Alex Hafer
Muito obrigada por disponibilizar informações importantes e úteis de forma didática e confiável. Que bom que existe esse blog e que sorte a minha ter encontrado você. Vida longa ao blog. Sucesso, saúde e felicidade para você!